Assim que recebeu a informação de que a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu continuar um processo para revogar a autorização concedida à Bolognesi para a construção da termelétrica Rio Grande, um grupo de lideranças rio-grandinas foi até Porto Alegre para buscar alternativas que não permitam a cidade perder o investimento. Empresa tem 10 dias para reverter a decisão.
O presidente da Câmara do Comércio, Carlos Bacchieri, liderou a comitiva até a capital do estado, mais especificamente junto a Casa Civil do RS, onde houve uma reunião com o secretário Fábio Branco. “Houve uma melhora no nosso sentimento quanto a questão. Rumamos, ontem à tarde, para Porto Alegre com os diretores da Câmara do Comércio, João Nelson Touguinha e Renato Lima e nos dirgimos ao Gabinete do secretário Fabio Branco, que mesmo sem ter audiência marcada nos recebeu”, afirmou Bacchieri.
A reunião administrativa da Aneel definiu que as garantias para o projeto não estavam claras e que alguns problemas existiam. Agora a Bolognesi tem 10 dias para entrar com um processo de reversão administrativa contra a decisão da Aneel. Nesse período a Bolognesi deve reunir todos os documentos para provar que a empresa americana (Fortress Investment Group) pode cumprir todas as exigências. “Estamos muito confiantes nessa reversão, por que estamos cientes da capacidade que a empresa tem”, disse.
A perda do investimento siginificaria um baque muito forte na região e com essa preocupação, diversos líderes já fizeram contato para demonstrar apoio e se integrar a luta. “Essa situação afeta nossa região. Diversos prefeitos e lideranças do município, especialmente o prefeito Alexandre Lindenmeyer, e da região me ligaram para prestar apoio e seguir na luta contra essa decisão”, revela.
Questionado sobre uma possível perda para outro estado, Bacchieri confirmou a hipótese e pediu união do governo com a Zona Sul. “Claro que existe a hipótese. Assim como trabalhamos forte nessa questão, outras alianças estão trablahando para atrair esse investimento. União forte do governo conosco, contatos políticos e decisões administrativas são necessárias nesse momento. O Fábio (Branco) já falou com o governador e esse apoio está garantido”, disse Bacchieri, que ainda complementou, “Já perdemos o Polo Naval e agora deu! Rio Grande não pode perder este grande investimento, que vai gerar energia mais barata, impostos e uma boa renda para o município”.
A termelétrica estipula cerca de 1,2 gigawatt em capacidade. O empreendimento é orçado em mais de 3 bilhões de reais, mas a Bolognesi vinha buscando parceiros ou a venda do projeto devido a dificuldades financeiras para tocar sozinha a construção.
por Jota Finkler