Presidente da RBS falou na Câmara de Comércio sobre ações para enfrentar e vencer a crise

“As crises muitas vezes acontecem. O que interessa é que as pessoas, comprometidas com o estado, com o país, com suas cidades e suas empresas, necessariamente passarão pela crise e essa atitude de aproveitar o momento é que vai definir qual será nossa cara, nosso estado, depois de passarmos pelo problema”. A declaração é do presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, que nesta quarta-feira, 6, foi palestrante da reunião-almoço Tá em Pauta, promovida pela Câmara de Comércio em parceria com a RBS TV e apoio da Unisimos. O tema abordado foi “Liderar e construir oportunidades em anos de crise”.“Quem tem uma visão de longo prazo sabe que esta não é a primeira crise e não será a última. E sempre que tivermos a oportunidade de passar por uma crise como essa, vamos exercer nossa cidadania, capacidade de liderança e vamos sair mais fortalecidos do que entramos,“ declarou o palestrante.
O Salão Nobre da Câmara de Comércio mais uma vez recebeu autoridades e associados. Inicialmente o presidente Renan Lopes saudou o palestrante e salientou os investimentos que a RBS vem fazendo no município. Aproveitou para avisar aos associados que a entidade criou um aplicativo, que já está disponível com a história da Câmara de Comércio, listagem dos associados, informações da entidade e da cidade.
Eduardo Melzer antes de iniciar a palestra falou nos investimentos constantes que a RBS vem fazendo, sendo que em Rio Grande recentemente foi adquirido um gerador para evitar a paralisação das transmissões em casos de falta de energia. “Agora estamos dispondo para Rio Grande o sinal de TV digital”, adiantou o empresário.
A próxima reunião-almoço “Tá em Pauta” acontecerá dia 29 de maio, quando o palestrante será o governador José Ivo Sartori.

Trechos da palestra de Eduardo Sirtosky Melzer

“Estamos realizando investimentos constantes para levar um conteúdo cada vez mais com qualidade para nosso público. É importante enxergar a realidade. É muito ruim tentar dourar a pílula. Devemos enfrentar os percalços.
O Brasil vive um momento de dificuldade. Nossa reflexão é com relação ao nosso papel. O que nós temos de fazer diante de um cenário como esse. Confesso que a RBS está olhando o momento com muita atenção e muita energia e esse estado de espírito para enfrentar o momento é fundamental para saber como nossas empresas, cidades, associações sairão da crise.
As crises muitas vezes acontecem. O que interessa é que as pessoas, comprometidas com o estado, com o país, com suas cidades e empresas, necessariamente passarão pela crise e essa atitude de aproveitar o momento é que vai definir qual será nossa cara, nosso estado, depois de passarmos pelo problema.
É natural se encolher quando se tem problema. O que temos de fazer é conversar, debater, porque nada está perdido. Temos de ver o que podemos fazer juntos. Cito a frase de uma economista de banco: “Não vamos desperdiçar uma crise. A gente nunca sabe quando pode vir outra”.
Queremos compartilhar com vocês o que a RBS está fazendo neste momento. Primeiro, limpar a agenda, tirando tudo o que é desnecessário. Ver como usamos e investimos nosso tempo. Precisamos agora estar focados para estar perto de nosso público. Um assunto fundamental é a questão da liderança. O momento de crise é o momento do líder, que mostra capacidade na hora da crise. Na RBS definimos esses direcionamentos:
1) As pessoas certas. Ninguém faz nada sozinho. Penso que o melhor ativo de uma empresa não são as pessoas simplesmente, mas são as pessoas certas. Como encontrar as melhores pessoas? Deve se levar em conta os valores, a força de vontade e as habilidades.
Existem os “líderes janela” e os “líderes espelho”. O ser humano ou líder janela é o que está sentado, se justificando e aceitando todo e qualquer problema. O líder espelho é o cara que reconhece o problema, mas chama para si. Que pensa em resolver ou ajudar a resolver o assunto.
É natural quando a gente recebe uma quantidade de notícias ruins que se tenha um sentimento de paralisia e fique justificando nossa inércia a partir desses fatos externos. Enquanto ele espera passar, o concorrente não vai deixar passar. Ele está se movimentando.
2) Foco. O que mexe os ponteiros? O que gera impacto? O que é importante para a tua empresa? Neste momento precisamos ter muito foco naquilo que gera impacto para nossas empresas. O que realmente é importante? A RBS definiu dois grandes focos: no cliente e no consumidor. Quero dizer que na hora em que o mercado não está crescendo, estamos investindo criteriosamente, estrategicamente no nosso produto. Um produto jornalístico de relevância e qualidade. O cidadão gaúcha precisa de qualidade e credibilidade na informação. Queremos sair dessa crise com marcas mais fortes. Não sei quando vai terminar a crise e não vou ficar pensando nisso. Queremos a RBS mais forte e mais parceira de cada um de vocês. O mesmo serve para nosso cliente, que precisa se comunicar com o mercado.
3) Comunicação. A comunicação é importante em todos os momentos, especialmente neste. Nossas empresas estão com menos negócios, menos anunciantes, menos clientes. Com certeza o papel da comunicação é importante nesse momento de dificuldade (citou exemplos de investimento em mídia da Coca-Cola, Orquídea, Panvel e Next Group).
Quem tem uma visão de longo prazo sabe que esta não é a primeira crise e não será a última. E sempre que tivermos a oportunidade de passar por uma crise como essa, vamos exercer nossa cidadania, capacidade de liderança e vamos sair mais fortalecidos do que entramos”.

Ique de la Rocha