Estiveram reunidos, no auditório da Câmara de Comércio, na tarde desta terça (19), o diretor geral da Regás do grupo Bolognesi, Ricardo Pigatto, o diretor do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do RS, Guilherme Sari, o vice-reitor da Furg, Danilo Giroldo e o presidente da Câmara de Comércio, Torquato Pontes Neto. O evento, com grande participação do público, teve como tema energias renováveis e foi intermediado pelo jornalista Elói Zorzetto. Cenário energético No que diz respeito à energias renováveis, Rio Grande conta, atualmente, com os parques eólicos Stella Maris e Bolaxa, do grupo Santander, e o complexo eólico do grupo Odebrecht, situado no corredor do Senandes, em pleno funcionamento. Os parques representam capacidade de mais de 200MW de geração de energia, com potência suficiente para alimentar cerca de 500 mil consumidores. Além dos empreendimentos citados, existe também o complexo eólico da CEEE – este em fase de construção e que compreenderá três parques eólicos: Ventos de Curupira, Ventos de Povo Novo e Ventos de Vera Cruz, com capacidade suficiente para alimentar uma cidade com cerca de 120 mil habitantes. Ainda, em relação à energia eólica, existem projetos de medição de vento, na Vila da Quinta, no Pesqueiro, na Granja Quatro Irmãos, na Trevisa, entre outros Entretanto, a menina dos olhos para Rio Grande, agora, é a usina termelétrica do grupo Bolognesi, que transformará gás natural em energia elétrica. O projeto de R$ 3,3 bilhões contempla a construção de uma Usina, com capacidade contratada de 1.238 MW. Será instalado, ainda, um terminal de estocagem e regaseificação de GNL e o Gasoduto Rio Grande-Triunfo, com extensão de 131km. Situado ao lado do terminal da Petrobras, o terminal terá capacidade de 14 milhões de metros cúbicos por dia, podendo receber dois navios cargueiros/mês. Também contará com um navio de estocagem e regaseificação de forma permanente. O contrato com a Aneel prevê a entrega da energia por 25 anos. Termelétrica Em entrevista ao Agora, o diretor do grupo Bolognesi, Ricardo Pigatto, informou que o grupo trabalha com a expectativa de obter o licenciamento ambiental ainda em 2016, dando início a obra no final de 2017. De acordo com ele, a entrada em operação comercial, da parte do pier e de gás está prevista para agosto de 2019 e a entrada em operação comercial da usina termelétrica deverá ocorrer em janeiro de 2021. Sobre a geração de empregos, informou que, durante a obra da térmelétrica, serão gerados 4.500 empregos diretos, 5 mil empregos indiretos e cerca de 9 mil empregos no efeito renda, que são lavanderias e padarias, entre outros estabelecimentos de outros ramos que acabam se beneficiando, também, de alguma forma, com a geração de empregos. “Depois da obra, serão 250 empregos diretos na operação da usina, 400 empregos indiretos na parte de segurança, suprimento de bens e insumos e alguma coisa em torno de mais de 600 empregos no efeito renda”, afirmou Pigatto.
Com relação aos principais entraves para a instalação, Pigatto afirmou: “atualmente, graças a Deus, nada mais incomoda o empreendimento. Hoje a grande dificuldade que ainda teriamos seriam as linhas de financiamento nacionais, porque o Brasil ainda pratica umas das mais altas taxas de juros do mundo e isso acaba impactando negativamente no projeto, mas nós já resolvemos toda essa parte da financiabilidade. Agora estamos só aguardando licenciamento ambiental, porque os bancos não aceitam nem a análise financeira de empreendimentos se nós não tivermos o licenciamento”, finalizou o diretor do grupo. Eólica O diretor do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do RS, Guilherme Sari, afirmou que a região do Rio Grande tem grande potencial para atrair parques eólicos em função das boas condições de ventos, por ter uma linha de transmissão instalada na vila da Quinta, que distribui energia para todo o País e, em função da logística, por se tratar de uma cidade portuária e pelo advento do polo naval. Entretanto, Sari observa que algumas peculiaridades com relação à licenciamento ambiental (de acordo com ele há muitas áreas de preservação ambiental) e de regularização fundiária das áreas pretendidas atrapalham a instalação dos empreendimentos. Uma alternativa boa, de acordo com ele, para trazer mais parques, seria atrair fábricas de geração, porque nesse ponto, segundo ele, nós perdemos muito para o Nordeste que já produz pás e aerogeradores, por exemplo. Público Para o presidente da Câmara de Comércio, Torquato Pontes Netto, esse tipo de encontro permite uma troca de ideias, em que os pensamentos se homogenizam, explicitando o que que nós precisamos para poder atrair investimentos para Rio Grande e saber quais são as nossas carencias. “O investidor, no caso a Bolognesi foi bastante explicito, bastante claro no meu entender com relação as definições do projeto deles, e nós de certa forma podemos expressar também quais são as carências que nós temos aqui no sentido de que se mitigue isso, com investimentos de ordem federal, principalmente, e que realmente se tenha um ambiente favorável para o empreededorismo – opinou Torquato. A respeito do Arranjo Produtivo Local, coordenado pelo vice-reitor da Furg, Danilo Giroldo, o presidente da Câmara do Comércio destacou: “A participação da Universidade foi fundamental. Ela presta um apoio técnico, e tem um envolvimento não só, dentro da Universidade, na parte tecnica, mas com todo a Arranjo Produtivo, na parte de produção de envolvimento com a comunidade. Isso é importante”. “Achei muito interessante a participação de todos aqui. Eu vejo que Rio Grande realmente tem interesse em que as coisas aconteçam. A própria participação que nós vimos de certa forma voluntária pela divulgação que foi feita do evento. Isso gratifica, porque a casa quando está cheia e fica até o final com o público prestando atenção e com perguntas das mais diversas áreas, isso representa realmente o interesse da comunidade rio-grandina – finalizou Torquato. Por Tatiane Fernandes
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