Recebido pelo presidente Renan Lopes e demais diretores, o prefeito Alexandre Lindenmeyer participou da última reunião de diretoria da Câmara de Comércio, que aconteceu no final da tarde desta última segunda-feira, 11. O Chefe do Executivo compareceu acompanhado do secretário de Desenvolvimento, Inovação, Emprego e Renda, Jordano Marques; superintendente da Santa Casa, Jeferson Alonso dos Santos e o novo presidente da Festa do Mar e secretário-adjunto de Comunicação e Relações Institucionais, Luciano Coutinho.
Sobre a intervenção realizada na Santa Casa, Lindenmeyer disse que ela aconteceu, porque o Governo do Estado já estava definindo a migração de todas as referências para outros hospitais da região. Além da retomada no atendimento, ainda teria de ser feita uma nova habilitação do hospital com vários procedimentos necessários, que demorariam cerca de 1 ano, e ninguém mais acreditava nas promessas da direção da instituição, porque ela não cumpriu nenhum dos prazos dados pelo Estado e Município.
Algumas situações contribuíram para reforçar a necessidade de intervenção. O contrato do Governo do Estado com a Santa Casa era o maior dos hospitais do interior, no valor de R$ 72 milhões, mas havia uma divergência entre o valor financeiro e o físico, que era de R$ 52 milhões, “mas o hospital não prestou serviço em relação a essa diferença. Também houve o recebimento de R$ 11,8 milhões em recursos e nenhum pagamento aos prestadores de serviços. Hospital sem médico não funciona”, observou o prefeito:
– A média e alta complexidade é o que paga mais a um hospital e, se tirassem, a Santa Casa estaria fadada a fechar, com 1.400 funcionários e mais de 400 leitos. Não poderíamos ficar de braços cruzados e deixar isso acontecer. O Governo do Estado informou que só repassaria recursos se o Município assumisse o hospital. A intervenção é por um ano, podendo ser prorrogada por igual período. Na quinta-feira teremos uma reunião com o novo Conselho e vamos fazer uma explanação sobre tudo o que encontramos na Santa Casa. Estimamos as dívidas em R$ 110 milhões, algumas de médio e longo prazo, outras já vencidas, desde fornecedores e prestadores de serviços.
O novo superintendente, Jeferson dos Santos, informou que nesses primeiros 30 dias se procurou otimizar a questão da produtividade e foram feitas demissões que considera importantes para o bom andamento dos serviços. “A gestão e assistência eram calamitosas na Santa Casa”, declarou.
O prefeito observou que a intervenção “foi uma situação embaraçosa, mas não penso em transformar a Santa Casa em hospital municipal. A instituição tem de andar com suas próprias pernas e vamos fazer esse processo de transição com toda a transparência que a ação merece”.
Festa do Mar
O prefeito disse que assumiu a Festa do Mar devido as dificuldades financeiras da Femar para a realização da próxima edição. “Entendemos como importante que o Município fortaleça a Femar, enquanto entidade, para que possa formatar outros eventos e novamente tomar a frente do evento em 2016”. Ele informou que a CDL é parceira na diretoria financeira e salientou que “vamos levar a Festa do Mar para a rua, valorizando os estabelecimentos comerciais, nossas escolas, o comércio do Cassino, da Quinta. Enfim, queremos que a Festa valorize o Centro Histórico, mas também transcenda a questão da centralidade para que haja engajamento de toda a população”. A temática deve ser os 100 anos do porto ou o porto e as etnias da cidade. O evento aproveitará a região do Rincão da Cebola, Mercado Municipal, tentará utilizar os salões do prédio da Alfândega e serão revitalizadas as praças Xavier Ferreira e Tamandaré. Entre as atrações, além da gastronomia, poderão ser realizados festival de bandas e eventos esportivos.
Referência em energias renováveis
Alexandre Lindenmeyer também falou sobre sua viagem à Europa. “Queremos, além da energia eólica, consolidar Rio Grande como centro de referência na área de energias renováveis. Estamos buscando empreendimentos voltados para a energia eólica e solar. Com relação à energia solar, estamos trazendo uma fábrica de placas fotovoltaicas, que será a segunda e maior do país, e sonhamos em ter aqui, no futuro, uma indústria de produção de células, que é outro patamar. Existem apenas cinco no mundo e nenhuma na América Latina. Estaríamos exportando células com alto valor agregado. Estamos preparando Rio Grande para ser centro de referência mundial. Para isso, também pretendemos atrair uma indústria de aerogeradores e outra de pás eólicas”.
Ique de la Rocha